quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O BRASIL NÃO TEM TRADIÇÃO EM POLÍTICAS PÚBLICAS DE PREVENÇÃO!



O Brasil não tem tradição em políticas públicas de prevenção!  

 *Conceição Cinti 


Essa explosão do consumo de drogas, do crime, da violência é uma resposta da ineficácia dos programas preventivos. A prevenção no Brasil é muito precária não por falta de recursos financeiros ou ausência de talentos criativos. Há um generoso orçamento previsto pela União para propaganda institucional que poderia ser empregado em campanhas educativas preventivas. Marqueteiros e criatividade para isso são o que não nos falta, sem falar na qualidade da nossa televisão que é premiada e reconhecida no exterior. Acrescentadas as verbas alocadas também pelos Estados e até Municípios estamos falando em dinheiro vultoso que com absoluta certeza teria mais utilidade se fosse aplicada na saúde do povo brasileiro. É mais barato prevenir que curar! 
Sabemos ser verdadeiro o valor da propaganda no subconsciente das pessoas induzindo-as a aquisição de produtos na maioria das vezes supérflua e lesiva. Sendo exemplo máximo danoso às propagandas de cervejas e bebidas alcoólicas e os supérfluos objetos de luxos que através da mídia falada, escrita, televisiva e Net permeiam todos os nossos sentidos, invadem mentes fragilizadas, que diante da impossibilidade de adquiri-los apelam para criminalidade para possuí-los. 
Observe melhor as nossas propagandas! Meu marido e eu apreciamos e curtimos mais as nossas propagandas que certos programas populares que não agregam nenhum conhecimento produtivo, educacional e preventivo, ao invés disso enfraquecem cada vez mais a família, os bons costumes e o moral. Nossas propagandas são carregadas de bom humor, divertidas, inteligentes, objetivas e por isso mesmo atingem seus objetivos, pelo alto poder de persuasão. 
No Brasil temos marqueteiros excelentes, com prestígio internacional, que acredito uma vez convidado seriam capazes de dar o verdadeiro sentido as nossas espaçadas e pífias propagandas preventivas, cujos resultados estão à altura dos seus pobres e poucos persuasivos conteúdos. 
Tenho muito orgulho da Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal dentre outros, mas as propagandas que esses órgãos fazem em horários nobres, além de custarem uma fortuna, pela sua periodicidade são desnecessárias. Ao invés de apenas nos lembrar que são produtos nossos e que são rentáveis, também não poderiam ser esses órgãos os patrocinadores oficiais de campanhas sistemáticas de prevenção? Dessa forma todos ganhariam! Engaja-se Brasil! Dê sua opinião.

*Conceição Cinti - Advogada. Educadora. Especialista em dependentes de substâncias psicoativas. Com experiência de mais de 27 anos no tratamento de dependentes. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário