segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

FAMÍLIA DESESTRUTURADA = SOCIEDADE GRAVEMENTE ENFERMA (PARTE I I)


Fonte da foto: Internet
Família Desestruturada = Sociedade Gravemente Enferma 

Parte II 

 *Conceição Cinti 



A criminalidade juvenil está tornando-se um fator cada dia mais presente em nossa sociedade, e a desestruturação familiar um dentre os muitos fatores responsáveis por esse fenômeno, nas famílias com menor poder aquisitivo como as classes C, D e E. Precisamos investir urgentemente na família como a única forma de combatermos esta tragédia que assola a sociedade. 

Ao longo dos anos assistimos impassíveis à decadência da família que é tão importante quanto à economia de um país. Os jovens estão cada vez mais se envolvendo no mundo do crime. Isso ocorre dentre outras causas ao pouco contato e o indispensável dialogo entre pais e filhos no cotidiano, prejudicando assim na formação do indivíduo. 

A reconstrução da família se impõe e passa sim pela questão da pobreza extrema. Escassez de alimentos em razão dos baixos salários pagos aos trabalhadores. Falta de moradia decente. Falta de escola em regime integral que permita ao aluno o acesso a cursos profissionalizantes e que o acolha verdadeiramente. Suprindo a ausência dos pais durante sua jornada de trabalho, substituindo-os pela indispensável presença dos professores, nas escolas, que outrora funcionavam como a continuidade do lar, da família, e eram dignificados através dos seus salários e ainda contavam com o respeito dos alunos e familiares. 



A questão dos transportes públicos inseguros e excessivamente demorados dificulta a vida dos pais que perdem inutilmente seu tempo que poderia ser investido nos filhos e os impedem perversamente de ter uma melhor qualidade de vida e desfrutar mais tempo no aconchego com os filhos, em diálogo e gestão de sua família. 

As famílias estão tornando-se mais desestruturadas com pais pressionados pela pesada cargas de trabalho, na dificuldade de locomoção se veem sem condições de gerir suas famílias diante de filhos pouco tolerantes, que abandonam precocemente o lar. Passando a viver na rua, longe dos pais, da família, cada um por si, com fácil acesso as drogas, as armas, presa fácil do crime, da prostituição, da gravidez precoce, sem princípios morais, éticos e religiosos, e baixa escolaridade. 

A maioria dos pais sente-se humilhado por não terem condições de prover o básico para suas famílias e preferem abandonar o lar e tornarem-se alcoólatras, adictos, moradores de rua, andarilho, outros até enveredam pelo crime. 

Por não ter condições de dividir ou prover as despesas da família muitos maridos ou companheiros são preteridos por suas próprias mulheres, portanto, tornam se dispensáveis. Entre os mais pobres ainda resiste o fantasma do protótipo do bom pai, bom marido e outro não é senão aquele que ajuda a manter abastecida a dispensa, como instrumento mais importante da segurança e estrutura da família. Quem também já não viu esse filme? 

*Conceição Cinti - Advogada. Educadora. Especialista em dependentes de substâncias psicoativas. Com experiência de mais de 27 anos no tratamento de dependentes. 

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