terça-feira, 13 de março de 2012

O TRABALHO E O ESTUDO DIGNIFICAM O HOMEM!

Ao invés de ficar à toa dentro da cela em péssimas condições de convívio o preso brasileiro precisa de muito trabalho, disciplina, educação, e formação humanística o que provavelmente poderá levá-lo a conscientização do mal que suas práticas delituosas fazem a ele mesmo e a sociedade.  



Fonte da foto: Internet

*Conceicão Cinti 



Uma melhor qualidade de vida, através do trabalho e do estudo dar ao preso uma nova perspectiva de vida e, já esta comprovada que essas atividades têm influência positiva na autoestima do preso despertando-o para um novo direcionamento para sua vida. 

É o que afirma Lucia Casali diretora-executiva da Funap (Fundação de Amparo ao Preso), responsável por organizar os cursos e as vagas de trabalho aos presos de todo o Estado de São Paulo que concentra o maior número de detentos do país: 170.916. 

Em todo o Brasil há mais de 96 mil presos trabalhando. O número parece alto, mas representa apenas de 19% de toda a população carcerária brasileira, de 496.251 pessoas.
Lúcia tem 64 anos e trabalha com presos há 40, desde que se formou em direito em 1970. Começou a trabalhar para o Estado em 1982, quando entrou no Ministério Público Estadual para lidar com execuções penais. Como corregedora dos presídios, diz ter freqüentado as penitenciarias e “conhecido tudo”.

A Diretora da Funap acredita que até 70% dos detentos podem ser recuperados se tiverem a chance de estudar e trabalhar, o que também ajudaria a diminuir a superlotação nos presídios. Na pratica esses programas levam em consideração o histórico de vida do preso, como trabalho, educação, família e religião. A partir deles, a Funap pensa nas diretrizes.

Os benefícios são muitos, como conta a diretora-executiva da Funap. Os presos que trabalham têm sua pena reduzida em um dia para cada três trabalhados. Já os que estudam a reduzem em um dia a cada 12 horas de frequência escolar.

Obrigados pela Lei de Execuções Penais a oferecer trabalho e cursos, os Estados enfrentam uma série de dificuldades para cumprir a lei: os professores têm medo da violência e reclamam muito dos salários, nem toda unidade prisional tem espaço físico para instalação dos cursos que além de legal é o caminho mais fácil para a ressocialização do preso e precisa ser incentivado expandido.

Não há bomba mais devastadora do que deixar pessoas a deriva sem expectativa de futuro! É assim que vive o preso brasileiro, sinônimo de lixo não reciclável. Pessoas imprestáveis e inúteis, portanto descartáveis, torturáveis, mortáveis!
Na minha experiência de mais de três décadas como gestora de Programa de Recuperação para Dependentes de Substâncias Psicoativas pude verificar na prática que o índice de recuperação de presos em determinados casos e circunstancias poderá até ultrapassar os 70% como assegura Lucia Casali perita no assunto.


A metodologia que o Brasil vem insistindo sem êxito para a resssocialização do preso é totalmente inadequada porque mantém o preso no ócio, na maioria das vezes em condições desumanas e sem nenhuma chance de progresso no seu “status quo”. É sem duvida um método falido que contribui para aumenta a reincidência com alto custo aos cofres públicos.

Mesmo que muitos não se importem em respeitar a dignidade da pessoa humana do preso hão de convir que a dinâmica do cárcere brasileiro é um lugar totalmente prejudicial ao preso e por consequência à própria sociedade.

Depois de cumprida a pena, ao invés de uma pessoa “ressocializada”, ou, ao menos, apta para prover o seu próprio sustento e não voltar a delinquir, a sociedade ganha um criminoso ainda mais experiente, mais revoltado porque não lhe deram a chance de prender nada novo. De promover nenhuma mudança em sua vida. Pense nisso! 

  

*Conceição Cinti . Advogada.Educadora. Especialista em Tratamento de Dependentes de Substâncias Psicoativas, com experiência de mais de 27 anos.

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