quarta-feira, 21 de março de 2018

Intervenção na Segurança Pública do Rio de Janeiro

*Conceição Cinti


No Brasil a irresponsabilidade dos dirigentes públicos tem sido a responsável pelas tragédias do país.
Há décadas o país é palco dos desmandos por parte dos políticos de todos os matizes, muito embora a direita nacional insista em atribuir as mazelas aos partidos de esquerda. 
Já existe no país um amadurecimento capaz de fazer com que todos entendam que não há milagres para alcançarmos o tão sonhado desenvolvimento econômico social e humanístico aceitável.
A mídia também sabe disso, mesmo assim por vantagens escusas corrobora com programas que sabe ser ilusório e de desperdício dos recursos públicos, e que banaliza instituições serias como é o caso do exército brasileiro.
A intervenção nacional no Rio de Janeiro preocupa e já sinaliza que foi mais um equívoco, semelhante as UPPs.
Num país com nossas dimensões e complexidades é imprescindível um planejamento para o enfrentamento das demandas que a nação espera e necessita.
Todavia, percebe se que por aqui tudo é feito aleatoriamente e, como ninguém responde pelos desacertos, o Governo decide sempre buscando uma vantagem política imediata, mesmo em detrimento da vida das pessoas.
Desta vez o Governo jogou a bomba nas mãos do Exército. Transferiu o problema e nem reservou dinheiro suficiente para tamanha responsabilidade. E o mais grave, não é função do Exército o Poder de Polícia.
Os Governantes brasileiros adoram demonstração de força (verdadeiros shows pirotécnicos que iludem o mais incauto), mas na prática continua tudo igual e, ainda com custo aos cofres públicos.

As forças armadas brasileiras são instituições respeitadas e competentes, não para tarefa de polícias.
É conhecimento elementar saber que apenas o poder de polícia é incapaz de restaurar a harmonia social quando problemas estruturais antigos de educação, saúde, segurança pública, moradia e desemprego estão na base do conflito. É uma temeridade não só para as comunidades, mas também para a própria corporação.
Salvo melhor juízo investir na capacitação das polícias e aumentar seu contingente (dá dignidade aos militares sem fazer acepção entre as policias) seria o adequado, embora esse processo careça de mais tempo para surtir seus reais efeitos.
Está na hora de deixar de “dourar a pílula” de enganar o povo simples e de começar a reconstruir o Brasil.
Está na hora da mídia brasileira ter um gesto de ousadia, de brasilidade, de dignidade e, não permitir mais engodos com o povo brasileiro.
A mídia pode. Só a mídia pode ajudar a desmistificar alguns erros que vem sendo cometidos através das décadas em prejuízo do povo. A mídia pode acelerar a reconstrução do Brasil.

*Advogada e educadora. Precursora da Educação Restaurativa, com experiência de mais de três décadas em tratamento de dependentes de substâncias psicoativas e em delinquência juvenil.

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